De João Vitor Figueira
Críticos consideraram
que o cineasta e os produtores estavam "embranquecendo" os
personagens bíblicos. O próprio ator Joel Edgerton, que interpreta o faraó
Ramsés no longa, disse entender os argumentos contrários ao filme.
O
diretor Ridley Scott comentou suas escolhas para o elenco de Êxodo: Deuses e Reis, que têm causado
controvérsia e acusações de racismo.
Inspirado na história relatada no segundo livro da Bíblia, o filme conta como
Moisés, um homem criado junto com a famíla do faraó, recebe um chamado divino e
decide libertar o povo hebreu da escravidão no Antigo Egito. O longa vai
focar na relação do profeta com Ramsés, que viria a se tornar o inimigo de sua
missão, apesar de os dois terem sido criados como irmãos.
Com Christian Bale como Moisés, Joel Edgerton como o faraó Ramsés, Aaron Paul como Josué,
e Sigourney Weaver e John Turturro como Tuya
e Seti, pais de Ramsés, o filme têm sido acusado
de "colonialismo cinematográfico" por escalar atores brancos para
papéis de personagens africanos e até já surgiram campanhas pedindo um boicote
ao longa.
Em entrevista ao site Yahoo Movies, Scott
justificou suas escolhas para o elenco do filme fazendo uma análise sobre a
composição racial do povo egípcio. "O Egito era - e ainda é - um ponto de
convergência de culturas, que aconteceu porque o país é uma encruzilhada geográfica
entre a África, o Oriente Médio e Europa", disse o cineasta. "Nós
escalamos atores de diferentes etnias para refletir esta diversidade de
culturas, como iranianos, espanhóis e árabes. Existem muitas diferentes teorias
sobre a etnia do povo egípcio e nós tivemos várias discussões sobre como
representar bem esta cultura", completou.
Entretanto,
o próprio Joel Edgerton, em entrevista recente ao jornal The Guardian, disse compreender quem não está de acordo com as escolhas de Scott para o
elenco de Êxodo: "Eu entendo e tenho empatia
com esta posição".
Em um dos principais artigos contrários ao
filme que circula na internet, o escritor David Dennis Jr. observa que "não
apenas todos os personagens principais são brancos, mas todos os serviçais,
ladrões e assassinos são interpretados por pessoas africanas. Gente, isso é
racista. Estão criando uma obra de 'arte' que carrega um imaginário
opressivo que ajudou a esmagar países em todos os cantos do mundo. Eu estou
farto de Hollywood e sua aceitação dessas imagens opressivas".
Voltando à entrevista de Scott, o cineasta ainda falou sobre
o que mais chamou sua atenção na história de Moisés: "A natureza épíca da
história e a insegurança do personagem central, Moisés, e o massivo contexto de
5000 anos atrás. A magnitude da história de Moisés, e as coisas nas quais ele
acreditava, é muito convincente". Em relação aos espectadores religiosos,
o diretor disse que tentou ser "o mais respeitoso e honesto possível"
com a representação de Moisés.
Êxodo: Deuses e Reis estreia
no Brasil no dia 25 de dezembro.
Fonte: AdoroCinema.
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