A
sabedoria não é feita de palavras difíceis, e sim, de bons atos.
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segunda-feira, 26 de outubro de 2015
Três Ratos Cegos e Outros Contos
Em Três Ratos Cegos e Outros Contos, Agatha Christie reúne nove de
seus contos, iniciado pela história que dá título ao livro.
Com uma narrativa simples e direta a dama do suspense prova porque
é consagrada e cultuada até hoje.
Ao longo das nove histórias curtas presentes em Três ratos cegos e
outros contos, Agatha Christie demonstra o porquê de ter fascinado, e continuar
fascinando, gerações de leitores ao redor do mundo. Publicada originalmente em
1950, a obra contempla casos policiais vividos por personagens imortalizados
pela autora, além do famoso conto introdutório, Os três ratos cegos, que deu
origem à peça teatral há mais tempo encenada na história. Os mistérios,
assassinatos e enigmas que marcam os escritos da Rainha do Crime, são
desenvolvidos de maneira envolvente em cada um dos contos, enlaçando a atenção
do público do começo ao final da obra.
Logo em Os três ratos cegos, o clima de suspense é reforçado pela cantiga inglesa de mesmo nome, que adquire tons sombrios ao ser encontrada pregada no corpo de uma vítima de assassinato. As pistas indicam o lugar do próximo crime: uma hospedaria recém-inaugurada e isolada pelas fortes tempestades de neve.
Os próximos quatro contos são protagonizados por Miss Jane Marple, a “fina flor dos detetives”, velhota solteirona de St. Mary Mead e eternizada em mais de uma dezena de romances policiais de Agatha Christie. Em Estranha charada, a sagaz velhinha auxilia um casal de jovens a buscar a herança deixada por um tio-avô afeito a charadas e adivinhas. Já em O crime da fita métrica, Miss Marple é casualmente envolvida na investigação de um crime aparentemente passional; O caso da empregada perfeita é outro que requer sua intervenção, após uma criada ser apontada como autora de um furto. Por fim, em O mistério da caseira, a detetive amadora, acamada, não toma parte direta na ação, mas é instigada a desvendar um enigma em um manuscrito que lhe é fornecido pelo doutor Haydock. Neste peculiar conto metalinguístico, narra-se a intrincada história de uma morte aparentemente natural, deixando incógnitas que instigam a curiosidade de Miss Marple.
Outro detetive de Agatha Christie, talvez ainda mais famoso e adorado que Miss Jane Marple, toma parte nos três contos seguintes: o belga Monsieur Hercule Poirot, considerado por muitos a maior criação da autora, é um homem metódico, que coloca suas “células cinzas” do cérebro para trabalhar na investigação de casos misteriosos. No primeiro dos contos, O apartamento do terceiro andar, Poirot aparece inesperadamente quando dois jovens encontram o corpo de uma mulher; atentando para pequenos detalhes, o detetive dá novo rumo à investigação que parecia concluída. Em Aventura de Johnnie Waverly, um casal procura Monsieur Poirot para auxiliar-lhes na procura de seu filho, que fora sequestrado.
O detetive belga, demonstrando conhecimento profundo da natureza humana, em Vinte e quatro melros decide agir por conta própria e apurar uma situação à primeira vista superficial: um homem que jantava rotineiramente em determinado restaurante, muda repentinamente seus hábitos. Tempos depois, sabe-se que o mesmo homem fora encontrado morto.
No último dos contos, Os detetives do amor, entram em cena Harley Quin e Mr. Satterwhite, criações também famosas de Agatha Christie. Ao lado do coronel Melrose, a dupla de detetives investiga a morte de Sir James Dwighton, que morrera ao ser golpeado com uma estátua de Vênus – não por ironia, a deusa do amor e da beleza –, feita de bronze. Pequenos detalhes e a perspicácia de Harley Quin auxiliam na solução surpreendente do caso.
Logo em Os três ratos cegos, o clima de suspense é reforçado pela cantiga inglesa de mesmo nome, que adquire tons sombrios ao ser encontrada pregada no corpo de uma vítima de assassinato. As pistas indicam o lugar do próximo crime: uma hospedaria recém-inaugurada e isolada pelas fortes tempestades de neve.
Os próximos quatro contos são protagonizados por Miss Jane Marple, a “fina flor dos detetives”, velhota solteirona de St. Mary Mead e eternizada em mais de uma dezena de romances policiais de Agatha Christie. Em Estranha charada, a sagaz velhinha auxilia um casal de jovens a buscar a herança deixada por um tio-avô afeito a charadas e adivinhas. Já em O crime da fita métrica, Miss Marple é casualmente envolvida na investigação de um crime aparentemente passional; O caso da empregada perfeita é outro que requer sua intervenção, após uma criada ser apontada como autora de um furto. Por fim, em O mistério da caseira, a detetive amadora, acamada, não toma parte direta na ação, mas é instigada a desvendar um enigma em um manuscrito que lhe é fornecido pelo doutor Haydock. Neste peculiar conto metalinguístico, narra-se a intrincada história de uma morte aparentemente natural, deixando incógnitas que instigam a curiosidade de Miss Marple.
Outro detetive de Agatha Christie, talvez ainda mais famoso e adorado que Miss Jane Marple, toma parte nos três contos seguintes: o belga Monsieur Hercule Poirot, considerado por muitos a maior criação da autora, é um homem metódico, que coloca suas “células cinzas” do cérebro para trabalhar na investigação de casos misteriosos. No primeiro dos contos, O apartamento do terceiro andar, Poirot aparece inesperadamente quando dois jovens encontram o corpo de uma mulher; atentando para pequenos detalhes, o detetive dá novo rumo à investigação que parecia concluída. Em Aventura de Johnnie Waverly, um casal procura Monsieur Poirot para auxiliar-lhes na procura de seu filho, que fora sequestrado.
O detetive belga, demonstrando conhecimento profundo da natureza humana, em Vinte e quatro melros decide agir por conta própria e apurar uma situação à primeira vista superficial: um homem que jantava rotineiramente em determinado restaurante, muda repentinamente seus hábitos. Tempos depois, sabe-se que o mesmo homem fora encontrado morto.
No último dos contos, Os detetives do amor, entram em cena Harley Quin e Mr. Satterwhite, criações também famosas de Agatha Christie. Ao lado do coronel Melrose, a dupla de detetives investiga a morte de Sir James Dwighton, que morrera ao ser golpeado com uma estátua de Vênus – não por ironia, a deusa do amor e da beleza –, feita de bronze. Pequenos detalhes e a perspicácia de Harley Quin auxiliam na solução surpreendente do caso.
Vale à pena conferir Três Ratos Cegos e OutrosContos, de Agatha
Christie, 267 páginas, Editora Globo.
terça-feira, 13 de outubro de 2015
14º Prêmio Literário Livraria Asabeça 2015
A Livraria
Asabeça organiza anualmente, desde 2002, o Prêmio Literário Livraria Asabeça, com o
apoio da Scortecci Editora, para autores brasileiros, maiores de 18 anos,
residentes ou não no Brasil.
O Prêmio Literário Livraria Asabeça tem por
objetivo publicar novos talentos e promover a literatura brasileira.
O concurso de 2015 contemplará LIVROS DE POESIA, inéditos na sua totalidade, para as mídias papel, e-books, magnéticos, sites e blogs.
O concurso de 2015 contemplará LIVROS DE POESIA, inéditos na sua totalidade, para as mídias papel, e-books, magnéticos, sites e blogs.
Ao fazer a inscrição, o AUTOR
concorda com as regras do concurso, autorizando, inclusive, a publicação da
obra pela Scortecci Editora e responderá por plágio, cópia indevida e demais
crimes previstos na Lei do Direito Autoral.
A obra deverá ser inédita na sua totalidade.
A Livraria Asabeça escolherá uma Comissão Julgadora de renomado prestígio literário e uma Comissão Organizadora, que resolverá os casos omissos deste regulamento, se houver.
O AUTOR poderá participar com apenas uma obra, com no mínimo 60 páginas até o limite máximo de 80 páginas, uma poesia por página, podendo ocupar uma ou mais páginas, em papel formato A-4, digitado em corpo 12, espaço 1,5, impresso de um só lado da folha, em fonte Times New Roman ou Calibri.
Não há necessidade de enviar junto com a obra prefácio, apresentação, sumário, dedicatória, agradecimento, desenhos e ilustrações. Em caso de premiação a EDITORA fará a solicitação dos elementos complementares.
A obra deverá ser inédita na sua totalidade.
A Livraria Asabeça escolherá uma Comissão Julgadora de renomado prestígio literário e uma Comissão Organizadora, que resolverá os casos omissos deste regulamento, se houver.
O AUTOR poderá participar com apenas uma obra, com no mínimo 60 páginas até o limite máximo de 80 páginas, uma poesia por página, podendo ocupar uma ou mais páginas, em papel formato A-4, digitado em corpo 12, espaço 1,5, impresso de um só lado da folha, em fonte Times New Roman ou Calibri.
Não há necessidade de enviar junto com a obra prefácio, apresentação, sumário, dedicatória, agradecimento, desenhos e ilustrações. Em caso de premiação a EDITORA fará a solicitação dos elementos complementares.
A obra terá que ter um título,
subtítulo (não obrigatório), estar em língua portuguesa, o que não impede o uso
de termos estrangeiros no texto.
NÃO há necessidade de uso de
pseudônimo (nome literário).
INSCRIÇÕES: até 31 de outubro de 2015, valendo a data limite da
postagem.
4º Prêmio SFX de Literatura 2016 31/Out
O 4º Prêmio SFX de Literatura
2016 já está com inscrições abertas e o prazo para o envio dos trabalhos vai
até o dia 31 de outubro. Podem
participar do concurso pessoas de ambos os sexos (escritores ou não) com mais
de 18 anos (categoria adulto) e também com idade entre 12 e 17 anos (categoria
juvenil), independente de serem da região, de outros estados brasileiros e até
do exterior.
O concurso é de contos e poesias na categoria adulto e de contos na
categoria juvenil. Cada participante pode
inscrever até três trabalhos por modalidade e ter um conto e uma poesia
selecionados pela comissão julgadora. Serão premiados os 15 melhores trabalhos
em contos e poesias na categoria adulto e os cinco melhores contos na categoria
juvenil.
Premiação
Os autores selecionados terão seus trabalhos publicados numa antologia que
será lançada durante o Festival da Mantiqueira de 2016, no distrito de São
Francisco Xavier, além de receberem vinte exemplares do livro.
O concurso é organizado pelo editor Cristovão Cursino, com apoio das
academias de letras de São José dos Campos, Jacareí, Caçapava e Lorena, além do
Instituto de Estudos Valeparaibanos (IEV).
Mais informações sobre o concurso também podem ser obtidas pelo telefone (12) 3207-0848 ou pelo e-mail jacursinoeditores@gmail.com
Mais informações sobre o concurso também podem ser obtidas pelo telefone (12) 3207-0848 ou pelo e-mail jacursinoeditores@gmail.com
segunda-feira, 12 de outubro de 2015
IV Concurso de Contos Rota das Letras
Informações:
a) Internacional
b) Contos em inglês, chinês ou português
Premiação:
I) Prêmio em dinheiro
II) Publicação em coletânea trilíngue
Prazo: 30 de Novembro de 2015
Organização:
Festival Rota das Letras - Macau
Contato - Mais informações e Dúvidas:
info@thescriptroad.org
Regulamento:
http://thescriptroad.org/pt-pt/rota-das-letras-lanca-quarta-edicao-do-concurso-de-contos/
b) Contos em inglês, chinês ou português
Premiação:
I) Prêmio em dinheiro
II) Publicação em coletânea trilíngue
Prazo: 30 de Novembro de 2015
Organização:
Festival Rota das Letras - Macau
Contato - Mais informações e Dúvidas:
info@thescriptroad.org
Regulamento:
http://thescriptroad.org/pt-pt/rota-das-letras-lanca-quarta-edicao-do-concurso-de-contos/
sábado, 10 de outubro de 2015
Chamada para Publicação - "A Branca"
Informações:
a) Inscrição pela internet (conforme regulamento)
b) Obras de qualquer gênero
Prazo: 15 de Outubro de 2015
Organização:
Editora A Branca
Contato - Mais informações e Dúvidas:
Regulamento:
X Concurso Contos do Tijuco - Valnice Pereira
Informações:
a) Aberto a todos
b) Contos
Premiação:
I) Prêmio em dinheiro e livros
Prazo: 31 de Outubro de 2015
Organização:
Academia de Letras, Artes e Música de Ituiutaba – ALAMI
Contato - Mais informações e Dúvidas:
alamiacademia@gmail.com
Regulamento:
http://www.solardaliteratura.blogspot.com.br/2015/09/x-concurso-contos-do-tijuco.html
b) Contos
Premiação:
I) Prêmio em dinheiro e livros
Prazo: 31 de Outubro de 2015
Organização:
Academia de Letras, Artes e Música de Ituiutaba – ALAMI
Contato - Mais informações e Dúvidas:
alamiacademia@gmail.com
Regulamento:
http://www.solardaliteratura.blogspot.com.br/2015/09/x-concurso-contos-do-tijuco.html
sexta-feira, 9 de outubro de 2015
A Travessia usa tecnologia para recriar um momento de beleza sobre o WTC
Quando os primeiros
raios da manhã iluminaram a Nova York de 7 de agosto de 1974, o francês
Phelippe Petit caminhou sobre as nuvens. Quase literalmente. Em um cabo
esticado entre as torres gêmeas do recém-inaugurado World Trade Center, o
equilibrista não só atravessou o vazio uma vez, mas passou quase uma hora
zanzando de um prédio para outro, ora contemplado o vazio, ora deitando no
arame, para o espanto de quem o observava uma imensidão abaixo. Ele foi preso
quando finalmente terminou seu feito, aplaudido por construtores da obra – e
depois, pelo mundo.
Sua história está bem documentada no excelente documentário Man on Wire, de 2008. Mas faltava uma coisa: não existe nenhum registro em
vídeo do “golpe” de Petit – era assim que ele chamava sua caminhada. O diretor
Robert Zemeckis decidiu remediar este vácuo. A Travessia coloca Joseph Gordon-Levitt no papel do equilibrista e o melhor
da tecnologia cinematográfica para assumir o lugar do WTC, que virou pó em 11
de setembro de 2001. O resultado é não só extraordinário, mas quase
literalmente de tirar o fôlego.
A Travessia, num resumo rabiscado, é Zemeckis sendo Zemeckis. O diretor
encontra o centro emocional da jornada de Petit e transforma seu feito num
verdadeiro heist movie, um “filme de roubo”, só que sem vítimas. O francês viu
a imagem do WTC numa revista quando estava no dentista, ainda em Paris, e
tornou-se obcecado em esticar seu arame no vão entre os prédio e caminhar sobre
ele. Não por fama, ou por um desejo de morrer que o levaria ao alto: era sua arte,
e ele queria que ela fosse imortal. É também pela arte que Zemeckis, ao lado do
roteirista Christopher Browne, recria sua jornada, desde o planejamento do
evento, convocando “cúmplices” para realizar seu “golpe”, como o mesmo batizou
a empreitada, até a caminhada solitária e quase onírica em um arame erguido
entre as torres.
Boa parte de A Travessia, portanto, é dedicada a entender o que leva um sujeito comum
(ou quase) atravessar um oceano para arriscar a vida em nome de uma
performance. O mérito recai nos ombros de Levitt, que em nenhum momento
santifica a imagem de Petit: ele é mostrado como um sujeito obsessivo, não
poucas vezes rude e arrogante, que encarava seus asseclas como assessório para
sua própria exaltação. Ainda assim, é impossível não mergulhar em sua viagem, e
o diretor não mede esforços para mostrar que, por trás do sujeito compulsivo e
irredutível, também havia um artista, e nada poderia ficar entre ele e sua
obra-prima.
Essa beleza, claro,
está no outro “personagem” de A Travessia, o próprio WTC. Não que os habitantes de Nova York enxergassem
qualquer maravilha no colosso de vidro e concreto erguido ao sul da ilha de
Manhattan: para muitos, não passava de um gigantesco arquivo, feio e sem
personalidade, fruto dos excessos de uma região – Wall Street – movida a
dinheiro. Para recriar não só as torres, mas também a cidade nos anos 70,
Zemeckis usou um canvas digital irretocável. Não contente em mostrar o feito de
Petit, ele queria que a plateia se sentisse como ele, vertiginosamente pendurada
em um dos pontos mais altos do mundo. A vista é espetacular, e nem por um
segundo é possível duvidar que tudo aquilo não seja real.
Essa alquimia cinematográfica, uma mistura de emoção genuína e
feito tecnológico que o diretor usou em filmes tão diferentes como De Volta Para o Futuro, Uma Cilada Para Roger
Rabbit e Forrest Gump, fazem de A Travessia uma experiência única, melhor desfrutada em 3D e, de
preferência, numa tela Imax. É cinema com suas melhores ferramentas, executado
para contar uma história de pessoas de verdade. Um conto de fadas real que
consegue, por alguns momentos, devolver ao World Trade Center sua majestade,
revelando uma beleza e uma poesia enxergada por Petit e por ele compartilhada
com o mundo. Zemeckis consegue colocar a plateia lá no alto, ao lado de
Phelippe, um lugar tão maravilhoso e cheio de promessas que agora pertence a
nossos sonhos.
Fonte: UOL Cinema
segunda-feira, 5 de outubro de 2015
MacGyver: Reboot de James Wan (Velozes & Furiosos, Jogos Mortais) será produzido para a televisão
MacGyver ganhará mesmo um reboot, só que não no
cinema, mas na televisão. Segundo o The Hollywood
Reporter, a CBS será a parceira de produção dos experientes James Wan (Jogos Mortais, Velozes & Furiosos, Aquaman), Henry Winkler e R. Scott Gemmill (NCIS: Los Angeles), que também cuida do roteiro do
piloto.
A nova produção terá a mesma
premissa da série original da ABC, estrelada por Richard Dean Anderson em
139 episódios entre 1985 e 1992. A diferença mais significativa será a idade do
protagonista (um homem dotado de habilidades nada convencionais que atua para
uma organização clandestina na prevenção de grandes desastres), que terá 20 e
poucos anos.
Fonte: AdoroCinema
sábado, 3 de outubro de 2015
sexta-feira, 2 de outubro de 2015
Em meio a discursos apocalípticos sobre o fim do livro físico, novas possibilidades surgem com e-book
Está chegando uma novidade
interessante para quem gosta de ler e viajar: um e-book que muda seu cenário de
acordo com a localização do leitor. A iniciativa pertence ao programa de milhas
da companhia Gol e se chamaria Trip Book Smiles. O
primeiro escritor participante é Marcelo Rubens Paiva.
Existe uma
história definida, no caso, o relacionamento dos personagens Theo e Maria
Manoela, casal quarentão que mora em São Paulo e decide viajar numa espécie de
nova lua-de-mel para tentar reacender a paixão. Os destinos dos dois seriam, a
partir de então, os destinos do próprio leitor. Por meio da tecnologia e-book,
o dispositivo localizaria a cidade e mudaria a história de maneira a fazer
referências locais, citando pontos turísticos, bares, lojas e restaurantes.
Muito se
discute atualmente sobre a popularidade dos e-books e sobre o medo que os
livros em papel cheguem ao fim. No entanto, a convivência entre os dois é
perfeitamente possível, já que ambos apresentam vantagens e desvantagens. Se a
leitura em papel retém melhor a atenção, a leitura virtual ocupa menos espaço.
Se existe uma afetividade em relação ao livro físico, o preço dos e-books
costuma ser mais em conta. Um benefício maior do leitor virtual, porém, que se
relaciona diretamente com a nossa época, é a possibilidade de interação.
Um texto em
hiperlinks, nos moldes da Internet, é bem mais interessante como e-book do que
a simples transcrição do livro físico. Pode-se, com efeito, argumentar que todo
livro é uma viagem interna e que existem mesmo livros em papel interativos,
como O Jogo da Amarelinha, de Julio
Cortázar. Entretanto, os recursos do formato virtual seriam mais sofisticados,
sem necessariamente destruir a imaginação do leitor, que, nesse caso, se
tornaria até muito mais ativo. É um acréscimo, e não uma perda.
O Trip Book
Smiles estará disponível para donwload gratuito por meio de um aplicativo para
tablet. Deixando de lado a pretensão comercial, a iniciativa da Gol é um passo
importante no sentido da interatividade na leitura. Para quem não viaja sem um
livro na bagagem como companhia, pode ser uma boa opção.
Fonte:
Homo Literatus
quinta-feira, 1 de outubro de 2015
AUTOPUBLICAÇÃO DIGITAL, A MUDANÇA DO MUNDO LITERÁRIO
Dentre todas as facilidades que a tecnologia e o
digital trouxeram ao mundo, a autopublicação também se faz presente e cresce, a
cada dia, no mercado editorial
Dos princípios da internet aos dias
atuais muita coisa mudou. Evoluímos em questões tecnológicas e atingimos parte
do patamar previsto nos anos 80 para os anos 2000. Não andamos em carros
voadores, não existem robôs programados para atividades domésticas – ainda. O
digital chegou no mundo e o revirou de ponta cabeça. Tudo precisou se readequar,
o jornal é online, trocamos receitas pela internet, telefonemos pela internet,
a revista é online, as fofocas são online… o mundo passou ao real time e a velocidade de 2GB na transmissão de
dados. O mesmo aconteceu com o mercado editorial.
As
publicações independentes já existiam, sempre existiram. E continuam a existir.
Mas elas ganharam um novo pilar com o mundo digitalizado e online: a
autopublicação chegou a internet. Chegou e ganhou um espaço importantíssimo e
muita coisa boa nasceu daí. Vamos começar falando do mercado
editorial tradicional: difícil de entrar, cheios de processos
burocráticos, demora nas publicações… com barragens como essa, muita coisa boa
pode ter sido perdida no limbo. Quebrar essas barras nem sempre foi fácil,
ainda não é. Pensando nisso, a autopublicação digital quebrou alguns
paradigmas: aproximou escritores de leitores, deixou a demora editorial de
lado, barateou os custos, trouxe talentos à tona. Claro que, com a
popularização, também surgiu muito bagagem dispensável. Mas isso não
vem ao caso, afinal, o mercado editorial impresso também tem bastante coisa pra
se jogar fora.
E viva a
Internet!
Autopublicar
ajuda muitos novos autores a também entrarem no mercado, conquistando fãs,
leitores e grandes editoras. Acredito que o mais importante é isso: trazer ao mercado literária novos talentos, que por inúmeros
motivos poderiam ter sido desperdiçados.
E como posso
me autopublicar? Existem algumas ferramentas bacanas.
1 – Kindle Direct Publishing
Aqui você
pode publicar seu livro nas plataformas Kindle, do grupo Amazon. Eles produzem,
inclusive, concursos. Hoje em dia, o top 10 de vendas a Amazon sempre tem
autores da KDP.
2 – Clube dos Autores
Plataforma
pioneira no Brasil. Permite comercialização digital e impressa.
3 – Bookess
Plataforma
brasileira, que permite comercializar o livro impresso e digital.
4 – Publique-se
Plataforma
da Saraiva. O bacana dela, é que os livros são comercializados pela livraria
Saraiva.
5 – Writting Life
Plataforma
da Livraria Cultura, que comercializa hoje o Kobo. Corrente direto do Kindle.
Muitos novos
escritores são encontrados nas plataformas digitais de autopublicação, além
disso, muita gente que optou também por uma carreira
baseada na autopublicação. Não podemos deixar de lado o
crescimento dos e-books no mundo. Hoje, as editoras tradicionais precisaram se
adaptar a essa nova tecnologia e modelo de comercialização, que cresce não só
no entretenimento, mas nas escolas e na categoria didática. O crescimento da
tecnologia não pode ser, simplesmente, ignorado.
A tecnologia
e o digital vieram mesmo para mudar o mundo. E muita coisa tem mudado pra
melhor, como no mercado literário.
Fonte: Homo Literatus
Christopher Nolan pode salvar a Literatura?
O que a literatura pode aprender com um diretor de cinema
como Christopher Nolan?
Nos
primórdios do Cinema, a influência da Literatura foi peça-chave para o
desenvolvimento do gênero. Muitas das primeiras grandes produções são
adaptações de romances clássicos ou roteiros explicitamente inspirados
neles. Não esqueçamos, vários escritores passaram temporadas em Hollywood para
fazer dinheiro.
Mas os tempos mudaram.
Hoje é o tempo em que a influência volta. A força
arrasadora do Cinema enquanto meio cultural é inegável, tendo se tornado um
objeto muito mais interessante do que a Literatura para a grande massa. Não é
raro ver grandes escritores afirmando a influência de diretor x ou y. A
literatura, porém, parece ter se tornado mais do que nunca, talvez mais do que
nas eras de poucos letrados, em arte de nicho, voltada para um público cada vez
menor.
Como chegamos a essa situação?
Podemos dizer que Cinema e Literatura fizeram
caminhos inversos. Em 1900, a sétima arte era ainda uma arte a engatinhar.
Fazer um filme era caro, trabalhoso, além de não se ter grande certeza de como
se fazer. O primeiro grande clássico datado, o francês La voyage dans la lune (Viagem à lua), de Georges Méliès, é de 1902 e
baseado em obras de Julio Verne. O Cinema aprendeu muito desde então, muito
observando e remodelando estruturas da Literatura.
(...)
Christopher
Nolan, em 2015, é provavelmente um dos grandes expoentes do aprendizado. É
fácil ver como ele aprendeu com os grandes filmes de suspense e detetive, assim
como é fácil ver suas influências literárias. O amor pelos labirintos e enigmas
(Jorge Luis Borges), por detetives durões (Raymond Chandler e James Ellroy).
Nolan trabalha com temas universais e caros à humanidade: a questão da
memória e da verdade (Amnésia), o que é falso e o que é verdadeiro (O grande truque),
até que ponto um sonho e a realidade são o que são por nossa vontade (A origem). Isso,
no entanto, não o impede de trabalhar com tramas interessantes, cheias de
viradas, que quebram a expectativa da maioria. A grande sacada de Christopher
Nolan é ser profundo sendo acessível – ou vice-versa.
A Literatura, de forma geral, perdeu esse conceito.
Se há um momento que demarcou a separação entre arte de escrever e público
foi a ascensão das vanguardas. A arte não era um objeto a ser entendido, a ter
sentido, era coisa para poucos, uma massa pequena formada por intelectuais etc.
etc. etc. Conceitos simples, como enredo, foram jogados fora. O crescimento do
estudo linguístico enquanto área do saber só causou mais estragos. O esforço em
prol da linguagem foi tamanho que tudo mais foi jogado de lado. Ulisses, de James
Joyce, virou o grande marco dessa era: um livro muito citado, pouquíssimo lido.
Altamente experimental, torna-se enfadonho para a grande maioria, mesmo dentre
os letrados, pelo simples fato de não levar a nada. É o experimento pelo
experimento.
E meu caso não é o problema com a linguagem. Sem
ela, não há Literatura. Uma boa obra é metade linguagem, metade engenho. O caso
é que o engenho, no caso da narrativa, a trama e a fábula foram abandonados em
favor de uma invenção de linguagem duvidosa.
Exemplifico o caso nacional, adorador de ideias
vazias que nunca levam a nada além dos muros da academia, o romance Barreira, de
Amilcar Bettega Barbosa (para ler o início, clique aqui). Duzentos e sessenta
e quatro páginas de parágrafos sem fim (há capítulos compostos de um longo
parágrafo, sem ponto final, escrito em “prosa poética”), nos quais
absolutamente nada acontece. Não há ação no sentido mais básico da palavra. Não
há ideias expostas. Não há nada. Apenas tediosos e infinitos parágrafos. Quem
tiver coragem de abrir o link acima (e eu não recomendo), verá que é um jogo
sem fim de falar e falar e falar, juntando frases e mais frases sobre frases no
intuito de trabalhar a linguagem ao ponto de que nem notemos a falta de
pontuação numa tentativa de lirismo. A literatura brasileira e mundial estão
cheias desses tipos.
Esses autores, dados a invenções voltadas para
acadêmicos (e livros assim apenas servem para esse público), poderiam
aprender algo com Christopher Nolan: invenção não significa tédio, enredo ainda
faz sentido, ser profundo não é ser incompreendido.
Fonte:
Homo Literatus
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