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terça-feira, 6 de novembro de 2018

Nossos Filhos São Espíritos

Por Fábio da Silva


Nossos Filhos São Espíritos, do autor Hermínio C. Miranda, é, independente da sua crença, leitura imprescindível para pais e educadores que desejam conhecer a fundo tão pequeninos seres que nos são confiados por Deus para amar e educar. Partindo-se do princípio que todos nós, somos seres espirutualizados, ou seja, cremos que exista algo além deste mero corpo físico em que habitamos, tal leitura nos ajuda a compreender melhor nossa obrigação e relação com os pequenos, bem como as condições em que os mesmo vem para este mundo, sejam eles saudáveis e vivendo em berço esplêndido, sejam eles com algum tipo de deficiência e vivendo em condições de precariedade. Por essas, e outras mais, vale à pena tal leitura.

"Além do corpinho frágil com que iniciamos nossas vidas, existe um espírito imortal dotado de personalidade, maturidade e tendências que podem ser modificadas através da educação e dedicação dos pais. O importante na tarefa de administrar o relacionamento pais/filhos está na convicção nítida da realidade espiritual, pela qual trazemos um vasto e pouco explorado universo inespacial, extremamente rico em potencialidades e cujo conhecimento ajuda a entender melhor aquilo que chamamos "o ofício de viver". Descubra como entender melhor seu filho!

"É verdade mesmo que somos todos seres preexistentes?Quer dizer que já vivemos antes e até podemos ter conhecido nossos pais, irmãos e amigos de outras existências?Quer dizer então, que a morte não é essa coisa definitiva que a gente pensava ser?O livro Nossos Filhos São Espíritos é uma reflexão acerca do ser humano na Terra. As crianças são pessoas "adultas", vividas, experimentadas e dotadas, às vezes, de maior capacidade intelectual e maior bagagem cultural do que muitos de nós.A dificuldade que experimentam, nos primeiros anos de vida na carne, é apenas a de movimentar satisfatoriamente sua maquininha de viver na Terra, que só fica 'pronta' para funcionar aí pela adolescência e, nas sua melhores condições, lá pela maturidade."

domingo, 23 de setembro de 2018

A literatura de cordel é o novo Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro.


A literatura de cordel é o novo Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) reconheceu hoje (19) a literatura de cordel como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro.
A decisão foi tomada por unanimidade pelo Conselho Consultivo, que se reúne no Forte de Copacabana, no Rio de Janeiro.

Site disponibiliza acervo raro com mais de 2 mil obras da literatura de cordel

“Poetas, declamadores, editores, ilustradores, desenhistas, artistas plásticos, xilogravadores, e folheteiros, como são conhecidos os vendedores de livros, já podem comemorar, pois agora a Literatura de Cordel é Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro”, anuncia o Iphan.

A reunião contou com a presença do Ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, da presidente do Iphan, Kátia Bogéa e do presidente da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, Gonçalo Ferreira.  

O gênero literário é ofício e meio de sobrevivência para inúmeros cidadãos brasileiros. Segundo o instituto, apesar de ter começado no Norte e no Nordeste do país, o cordel hoje é disseminado por todo o Brasil, principalmente por causa do processo de migração de populações.

Literatura de Cordel – História
O cordel foi inserido na cultura brasileira ao final do século 19. O gênero resultou da conexão entre as tradições orais e escritas presentes na formação social brasileira e carrega vínculos com as culturas africana, indígena e europeia e árabe.
Tem ligação com as narrativas orais, como contos e histórias; à poesia cantada e declamada; e à adaptação para a poesia dos romances em prosa trazidos pelos colonizadores portugueses.
Originalmente, a expressão literatura de cordel não se refere em um sentido estrito a um gênero literário específico, mas ao modo como os livros eram expostos ao público, pendurados em barbantes, em uma especie de varal.
De acordo com o Iphan, os poetas brasileiros no século 19 conectaram todas essas influências e difundiram um modo particular de fazer poesia que se transformou numa das formas de expressão mais importantes do Brasil.


Clássicos da literatura infantil pelo mundo


Que tal uma volta ao mundo pelas páginas de diferentes clássicos da literatura infantil?
Veja a lista de obras que recomendamos
O instinto de ouvir e contar histórias faz parte do que nos torna humanos.
Quando o homem aprendeu a falar, antes mesmo de desenvolver a escrita, já utilizava o poder das histórias para passar ensinamentos e informações importantes para a sobrevivência de seu grupo, ou tribo.
A ideia de estar ao redor de uma fogueira ouvindo uma lenda sobre a formação do céu é tão atual quanto ver no Youtube um astronauta contando como é seu dia no espaço.
Crianças que ouvem histórias desde cedo desenvolvem a concentração e o poder de raciocínio. Mais do que isso, desenvolvem uma ligação com sua própria história e cultura. Ouvindo, aprendemos.
Por isso é tão importante incentivar a capacidade de ouvir desde cedo.
Veja alguns exemplos do que as crianças ouvem ao redor do mundo.

Literatura infantil pelo mundo – África
Os mais de cinquenta países do continente africano tem tradições tão diferentes quanto as do Marrocos e Madagascar, África do Sul e Costa do Marfim. Os contos reunidos em coletâneas do Brasil normalmente são os vindos de países que têm em comum conosco a história de colonização, como Gana e Nigéria, e a língua portuguesa, como Moçambique e Guiné Bissau.
A tradição dos contos africanos está muito mais ligada à cultura do que a religião e seu ensino é obrigatório por lei nas escolas brasileiras desde 1996, o que faz com que vários contos sejam encontrados em lojas país afora, como Sikulume e Outros Contos Africanos e Ulomma: A Casa da Beleza.

Literatura infantil pelo mundo – Brasil
Ruth Rocha, Ana Maria Machado, Tatiana Belinky e João Carlos Marinho são alguns dos muitos nomes familiares da literatura infanto-juvenil brasileira. Mas o talvez maior sucesso do gênero no Brasil, nas estantes há gerações, é do carioca Ziraldo.
O Menino Maluquinho é uma homenagem tocante, engraçada e muito real à infância. Mineiro criado no Rio de Janeiro, Ziraldoescreve e desenha com uma simplicidade capaz de conquistar adultos e crianças na mesma medida. Outros clássicos do gênero que vieram de sua cabeça são Flicts, O Menino Marrom, O Joelho Juvenal, Rolim, Supermãe e A Turma do Pererê.

Literatura infantil pelo mundo – Colômbia 
A terra do realismo mágico oferece infinitas possibilidades de histórias incríveis para crianças. A literatura infanto-juvenil colombiana ocupa espaço generoso dentro das livrarias do país.
Exemplo de um clássico para crianças colombianas é Conjuros e Sortilégios, de Irene Vasco, que fala português e traduziu as obras da brasileira Ana Maria Machado para o espanhol.

Literatura infantil pelo mundo – Egito
As pirâmides, a esfinge e o deserto são parte do imaginário infantil, muito por causa de filmes e televisão. A coletânea Contos e Lendas do Antigo Egito conta as histórias desses monumentos e locais para crianças usando as belas lendas da terra dos faraós.

Literatura infantil pelo mundo – Indonésia 
História com personagens bichos e lições de moral são a definição de fábulas?—?as mais famosas são as do grego Esopo, autor de A Lebre e a Tartaruga e A Cigarra e a Formiga.
A Grande Corrida vem da mesma tradição, mas se passa no Sudeste Asiático e conta a história de um kanchil, um mamífero veloz encontrado nas florestas da Indonésia.

Literatura infantil pelo mundo – Itália. 
Inspiração para o desenho da Disney, o Pinóquio do Gepeto é italianíssimo. Criada em 1881 por Carlos Collodi, em Florença, a história ganhou alcance mundial com a versão animada nos anos 1940 e tem versões na Rússia, Japão e Brasil.
A saga de como Pinóquio deixa de ser um boneco de madeira e se torna um menino humano tem nada menos que 36 capítulos. A Companhia das Letras publicou a história original do Pinóquio em português.

Literatura infantil pelo mundo – Japão. 
Castelos, dragões e contos de fada. Seria como uma história dos irmãos Grimm, se não viesse de uma terra muito mais distante?—?o Japão. Os clássicos da literatura infantil japonesa são cheios de seres mitológicos e histórias sobre honra e amizade.
No Brasil, que tem a maior comunidade japonesa fora do Japão, As Histórias Preferidas das Crianças Japonesas foram publicadas em dois volumes bilíngues reunindo 36 desses contos. Servem como iniciação ao universo mágico da terra do sol nascente, que é ao mesmo tempo tão distante e tão próxima dos brasileiros.
As belas ilustrações são do artista Yoshisuke Kurosaki, um dos desenhistas mais importantes do Japão.

Literatura infantil pelo mundo – Russia.
A história da Baba Yaga, com sua casa móvel sobre pernas de galinha, é talvez a mais conhecida do folclore russo mundo afora. Mas um país com uma tradição literária tão rica tem muito mais, é claro. Camponeses, monstros e princesas se unem a cossacos, popes e bogaries nas histórias ancestrais.
No Brasil é possível conhecer esse universo em Sete Contos Russos, que traz skázkas (ou lendas) adaptadas para o português pela escritora Tatiana Belinky, brasileira de origem russa.


segunda-feira, 30 de julho de 2018

Dia do escritor | Os livros que todo nerd precisa ler

O Dia do Escritor foi instituído em 1960 por João Peregrino Júnior e Jorge Amado, respectivamente presidente e vice-presidente da União Brasileira de Escritores. A data foi escolhida porque no dia 25 de julho daquele ano foi realizado o I Festival do Escritor Brasileiro.
Claro que a data não poderia passar batida, por isso o Canaltech preparou uma lista com alguns dos melhores livros nerd pra você ler e, de quebra, homenagear os autores que proporcionaram e continuam proporcionando ao público momentos tão mágicos e imersivos em suas histórias. Confira.

O Senhor dos Anéis - J. R. R. Tolkien

A trilogia O Senhor dos Anéis é um dos maiores clássicos da literatura nerd. Com milhões de cópias vendidas, a obra escrita pelo britânico J. R. R. Tolkien entre 1937 e 1949 continua encantando leitores de todas as idades de todo o mundo. Composta por três livros, A Sociedade do AnelAs Duas Torres e O Retorno do Rei, a narrativa conta a história de diversas raças da Terra Média, incluindo humanos, elfos, orcs, etc, na luta para salvar o mundo das forças do mal. 

2001: Uma Odisseia no Espaço – Arthur C. Clarke

Você sabia que o clássico dos cinemas 2001: Uma Odisseia no Espaço tem uma versão mais detalhada em livro? Pois é! Enquanto o roteiro do filme era preparado, o escritor Arthur C. Clarke trabalhou na história mais cuidadosamente, lançando a obra em 1968, logo depois da exibição do longa. O livro acompanha o leitor em diversas aventuras e proporciona reflexões atuais, como a possibilidade de haver vida extraterrestre. 

Neuromancer - William Gibson

Publicado em 1984, Neuromancer explora diversos assuntos bastante atuais: o ciberespaço, a exploração espacial, a realidade virtual, a inteligência artificial, a biotecnologia e os hackers. Na trama escrita por William Gibson, o leitor acompanha Case, um cowboy que hoje seria considerado hacker e que é impedido de entrar no mundo virtual depois de ter enganado seus patrões. 

Admirável Mundo Novo - Aldous Huxley

Escrito por Aldous Huxley em 1932, Admirável Mundo Novo narra a história de uma sociedade futurista que passa por uma enorme lavagem cerebral. Apesar de ter sido escrito há mais de 80 anos, o livro leva o leitor para um universo de questionamentos sobre a cultura atual e sobre as mudanças que o mundo tem passado nas últimas décadas. Ao longo da trama, a obra mostra cenários que têm se tornado cada vez mais presentes no mundo contemporâneo, como a fertilização in vitro, a manipulação genética e os psicotrópicos.

Cosmos - Carl Sagan

Lançado em 1980, Cosmos é um dos livros mais famosos de Carl Sagan. Mesmo tendo quase 40 anos, a obra se mantém atualizada, já que explora o interesse das pessoas pela ciência. No livro, o autor retrata bilhões de anos de evolução, trabalhando em cima de assuntos como a origem da vida, as culturas antigas, a natureza, as missões espaciais e, claro, o ser humano. 

Planolândia - Edwin A. Abott

Escrito em 1884 por Edwin A. Abbott, Planolândia mistura ficção, matemática e física em uma narrativa em primeira pessoa. Na saga, as personagens são figuras geométricas ambientadas em um universo bidimensional, onde a ordem é mantida através de autoridades poligonais e circulares. Apesar de descrever um mundo de fantasia, na verdade o livro tem como base uma enorme crítica social da cultura vitoriana.

Trilogia da Fundação - Isaac Asimov

Trilogia da Fundação reúne três livros de Isaac Asimov: FundaçãoFundação e Império e Segunda Fundação. Eleitas como a melhor série de ficção científica e fantasia em 1966, as obras colocam o leitor em um universo de mistério e ação. A narrativa conta a história da humanidade em um futuro distante, onde a existência do homem e de todo o conhecimento pode estar ameaçada. 

O Guia do Mochileiro das Galáxias - Douglas Adams

A "Trilogia de Cinco", composta por obras que tiveram origem como uma série de rádio na BBC, em 1978, continua fazendo milhões de fãs em todo o mundo. Leituras obrigatórias de todo geek, os títulos trazem questionamentos sobre a vida e o mundo de forma descontraída. O primeiro volume da "trilogia", e o mais famoso, é O Guia do Mochileiro das Galáxias, que conta a história de Arthur Dent. Na saga, a casa e o planeta do protagonista são destruídos, então Dent inicia suas aventuras com o companheiro Ford Prefect em uma nave alienígena. 

Viagem ao Centro da Terra – Júlio Verne

O clássico da ficção científica retrata, em vez de cenários fora da Terra, a exploração do centro do planeta, como o próprio nome sugere. Escrito por Júlio Verne em 1864, o livro conta a história de Axel, seu tio Lidenbrock e sua discípula Graüben. Na trama, Lidenbrock encontra um criptograma em um manuscrito do século XVI que revela um atalho para se chegar até o centro da Terra, colocando os personagens em aventuras por cenários misteriosos. 

Androides sonham com ovelhas elétricas? - Philiph K. Dick

Androides sonham com ovelhas elétricas?, de Philip K. Dick, foi publicado em 1968 e conta a saga de Rick Deckard, um caçador de recompensas ambientado em um cenário pós-apocalíptico. Na história, o personagem resolve ficar na Terra, mesmo depois da sua devastação, e tem o desejo de trocar sua ovelha de estimação elétrica por um animal de verdade. Pensando nisso, Deckard começa a perseguir seis androides fugitivos para aposentá-los, mas uma crise moral se inicia quando ele percebe que a linha que separa o real e o fabricado é bastante tênue.

A Máquina do Tempo – H. G. Wells

Escrito por H. G. Wells e publicado em 1895, o livro conta a história de um cientista/inventor que revela a um grupo de homens ter descoberto como viajar através do tempo. Diante da desconfiança de seus convidados, o protagonista decide provar a engenhoca, viajando para o ano de 801.702. Durante a viagem, o personagem se depara com cenários bizarros e uma nova espécie humana, levando-o a tentar encontrar respostas sobre o futuro do planeta.

Fonte: Canaltech

domingo, 29 de julho de 2018

Autores nacionais que você precisa ler


Autores nacionais


Machado de Assis

A literatura brasileira é invariavelmente ligada a Joaquim Maria Machado de Assis, nascido no Rio de Janeiro em 1839, e responsável por fundar a Academia Brasileira de Letras.
Suas principais obras foram as realistas ‘Memórias Póstumas de Brás Cubas’, ‘Quincas Borba’ e ‘Dom Casmurro’. Morreu em 1908, aos 69 anos.

Carlos Drummond de Andrade

Mineiro de Itabira, Carlos Drummond de Andrade foi um dos principais poetas da literatura brasileira.
Sua principal obra é ‘A Rosa do Povo’, publicada em 1945, que reúne 55 poesias que retratam o cenário angustiante da época no Brasil e no mundo.
Nascido em 1902, morreu em agosto de 1987, aos 85 anos, no Rio de Janeiro.

Clarice Lispector

Jornalista e escritora, foi uma das principais autoras da literatura brasileira – apesar de ter nascido em Chechelnyk, na Ucrânia, em 1920. Clarice veio para o Brasil com os pais aos 2 anos de idade e sempre insistiu em reforçar a sua brasilidade.
Seus principais livros foram ‘A Hora da Estrela’, ‘A Paixão Segundo G.H.’ e ‘Laços de Família’. Ela morreu no Rio de Janeiro, em dezembro de 1977, um dia antes de completar 57 anos.

Ariano Suassuna

Suas principais obras foram ‘O Auto da Compadecida’ e ‘A Pedra do Reino’. Nascido na Paraíba em 1927, o escritor e dramaturgo morreu em julho de 2014, aos 87 anos, no Recife.
Ariano Suassuna foi eleito em 1989 para ocupar a cadeira 32 da Academia Brasileira de Letras.

Érico Veríssimo

O escritor e tradutor nascido na gaúcha Cruz Alta, em 1905, viu o romance ‘Olhai os Lírios do Campo’ ganhar repercussão nacional e internacional em 1938.
Mas foi com a saga ‘O Tempo e o Vento’ – dividida em ‘O Continente’, ‘O Retrato’ e ‘O Arquipélago’ – que Érico Veríssimo obteve reconhecimento inquestionável, em uma das obras mais importantes do Rio Grande do Sul e da literatura brasileira. Morreu em 1975, aos 69 anos.

Luís Fernando Veríssimo

Filho de Érico Veríssimo, o também gaúcho Luís Fernando Veríssimo é um dos principais escritores contemporâneos do Brasil. Sua obra contempla textos, crônicas, contos, novelas, romances… Veríssimo nasceu em 1936 e criou personagens como Ed Mort, o Analista de Bagé e a Velhinha de Taubaté, além das famosas coletâneas de crônicas e contos ‘Comédias da Vida Privada’, ‘Comédias para se Ler na Escola’ e ‘As Mentiras que os Homens Contam’.

Graciliano Ramos

Alagoano de Quebrangulo, nascido em 1895, Gracialiano Ramos chegou até a ser prefeito da cidade Palmeira dos Índios antes de lançar suas principais obras literárias.
Como escritor, suas principais obras foram ‘São Bernardo’ e ‘Vidas Secas’ – além de ‘Memórias do Cárcere’, publicado postumamente, em 1953, mesmo ano de sua morte.

Guimarães Rosa

Médico, diplomata… e um dos principais escritores de todos os tempos da literatura brasileira. A leitura de João Guimarães Rosa não é fácil, mas é cativante.
O autor, bastante erudito, inovou na linguagem que utilizou em suas obras, condensou e inventou palavras, e escreveu livros importantíssimos como ‘Sagarana’, ‘Grande Sertão: Veredas’ e ‘Primeiras Estórias’. Nasceu em Cordisburgo, em Minas Gerais, em 1908, e morreu no Rio de Janeiro, em 1967, aos 59 anos.

Jorge Amado

O baiano de Itabuna é um dos escritores brasileiros mais reconhecidos em todo o mundo. Jorge Amado, que nasceu em agosto de 1912 e morreu em 2001, aos 88 anos, teve livros traduzidos para 49 idiomas e recebeu diversos prêmios internacionais.
Seus principais romances foram ‘Dona Flor e Seus Dois Maridos’, ‘Capitães de Areia’, ‘Tieta do Agreste’, ‘Gabriela, Cravo e Canela’, dentre muitos outros.

Paulo Coelho

Muita gente torce o nariz, mas é inegável o sucesso dos livros de Paulo Coelho, lidos no mundo inteiro: ele é o escritor de língua portuguesa mais vendido no planeta, com mais de 190 milhões de cópias comercializadas.
Sua principal obra é ‘O Alquimista’, traduzida para 80 idiomas.

Manuel Bandeira

Um dos principais poetas que o Brasil já teve, Manuel Bandeira tinha versos simples e diretos, que diziam pouco e significavam muito.
O pernambucano do Recife (Recife, não a Veneza americana, como cita no poema ‘Evocação do Recife’), nascido em 1886, foi também um dos principais nomes da Semana de Arte Moderna de 1922.
Bandeira, que sempre demonstrou em suas obras a melancolia por ser tuberculoso e poder morrer jovem, morreu somente em 1968, com 82 anos.

Mário de Andrade

Poeta e romancista nascido em São Paulo no ano de 1893, Mário de Andrade também foi um dos principais nomes da literatura modernista brasileira e da Semana de Arte Moderna de 1922. Suas principais obras foram ‘Macunaíma’ e ‘Pauliceia Desvairada’.

Rubem Alves

O mineiro de Boa Esperança foi um dos mais versáteis escritores da literatura brasileira: produziu crônicas, livros infantis, livros de religião, de ciência, de educação, de teologia.
Rubem Alves também era educador, tinha doutorado obtido nos Estados Unidos, psicanalista e professor universitário. Morreu em 2014, aos 90 anos.

Rubem Fonseca

Mineiro de Juiz de Fora e ainda vivo, Rubem Fonseca, nascido em maio de 1925, também é nome importante da literatura contemporânea no Brasil.
Possui um estilo forte, com temas sobre violência e sexo. Suas principais obras são ‘Agosto’, ‘O Caso Morel’ e ‘O Selvagem da Ópera’.

Vinícius de Moraes

Por último, mas não menos importante, Vinícius de Moraes. Foi poeta e compositor, porque a música também é uma poesia cantada.
Carioca nascido em 1913, o poeta lírico batizado Marcus Vinícius de Moraes assinou versos emblemáticos da cultura brasileira, como as canções ‘Garota de Ipanema’, ‘Eu Sei que Vou Te Amar’ e ‘Chega de Saudade’ (todas com o amigo Tom Jobim). Sem falar, é claro, no ‘Soneto de Fidelidade’.

segunda-feira, 2 de julho de 2018

Nosso Lar


Psicografado por Chico Xavier, Nosso Lar narra a história de André Luiz, médico que desencarnou precocemente, e suas experiências no mundo extra físico que dá título ao livro. 
Independente de religião, a obra trás uma mensagem de esperança, dando-nos a certeza de que existe vida após a morte, e que essa vida futura será pautada em nossas ações passadas.
As experiências vivenciadas por André e os demais personagens do livro, nos proporcionam ensinamentos de grande cunho moral. 
É por essa e outras que vale à pena ler Nosso Lar. 

"Após uma doença, o médico André Luiz desperta em um ambiente sombrio e desconhecido. Pouco tempo depois é levado à colônia espiritual Nosso Lar, um lugar que nunca imaginou existir e que, ao mesmo tempo, é tão semelhante à Terra. É nesta região de cura, aprendizado e constante trânsito que André Luiz passa a entender que existe uma realidade à nossa espera após a morte, uma nova forma de viver que representa apenas o início da jornada. No primeiro livro da coleção A vida no mundo espiritual, oEspírito André Luiz transmite suas observações e descobertas sobre a região espiritual, repleta de intensas atividades, em que se localiza, como modelar organização, a colônia Nosso Lar, onde Espíritos procedentes do plano terrestre passam por recuperação e educação espiritual antes de continuar seus caminhos. A narrativa vibrante, psicografada por Francisco Cândido Xavier no ano de 1944, é a preferida de milhares de leitores espíritas, tendo sido adaptada para o cinema em 2010."

domingo, 3 de junho de 2018

O Último Grito


Para aqueles que não conhecem Thomas Pynchon, hoje é o dia de conhecer esse escritor vencedor do National Book Awards. Para Harold Bloom, um dos maiores críticos literários americanos de todos os tempos, Thomas Pynchon é um dos romancistas canonizáveis de seu tempo. Seu nome é sempre lembrado para o Prêmio Nobel de literatura.

Sua ficção abrange vários temas, como física, filosofia, música pop, cinema, drogas, psicologia e quadrinhos. E dessa absurda miscelânea humorística e ao mesmo tempo poética, o autor explora um gênero próprio, chamado de estética da paranoia. Nunca concedeu entrevistas e nunca se deixou fotografar. Suas fotos conhecidas são de sua juventude.

O livro foi lançado em 2013, ou seja, bem depois dos eventos do 11 de Setembro, portanto não é um livro profético, mas uma interpretação daquele evento. Se você gosta de temas como conspiração global, fantasias apocalípticas, células terroristas, cibernética, balística, órgão ligados a inteligência de governo, leia-se CIA, tragédias jacobinas, mensagens codificadas pelo correio e dois aviões espatifando-se contra as Torres Gêmeas, você vai adorar “O Último Grito”, de Thomas Pynchon. O livro relata o nascimento da era da internet, que coincide com a era do terror. Uma coincidência? Bem, pode até ser, mas o autor deixa no ar algo inquietante, que você, leitor, poderá decidir se é uma teoria da conspiração (zeitgeist) ou apenas uma lógica paranoica.

(...)

Quando o romance começa, no primeiro dia de primavera em 2001, com as primeiras folhas de árvore florescendo em Nova York, o leitor já está em alerta máximo para os eventos do final do verão. A atmosfera – tanto o otimismo idealista sobre a internet como o mundo digital-para-todos e o cinismo sobre como ela pode ser monitorada e monetizada – soa verdadeira. Nas primeiras cinquenta páginas, lemos o primeiro de muitos prenúncios dos eventos que estão por vir. Como, por exemplo, a grande crise das empresas ponto com.

O livro é narrado na terceira pessoa. A protagonista, Maxine Tarnow, trabalha em um pequeno negócio de investigação de fraudes no Upper West Side, perseguindo diferentes tipos de vigarista do baixo escalão. Mas sua licença de investigadora foi retirada há algum tempo, o que acabou sendo positivo porque, com isso, ela está livre para alçar voos maiores, seguindo o seu próprio código de ética, como, por exemplo, carregar uma Beretta em sua bolsa, invadir contas bancárias de pessoas inescrupulosas, sem ter culpa alguma, e aproveitar as suas conexões mais sombrias.

Maxine Tarnow é mãe divorciada e tem dois filhos. Ela professa a fé judaica, é uma mulher corajosa e teimosa, sempre à procura de resultados morais e justos, por métodos de trabalho nem tão morais assim. Esse detalhe sobre a protagonista atravessa todo o romance. Como sua idade não é mostrada, acredito que ela deva ter mais ou menos uns trinta e sete ou oito anos (?). Maxine está criando seus dois filhos, Otis e Ziggy, sem nenhuma ajuda financeira real de seu ex-marido, Horst Loeffler.

Maxine começa a investigar as movimentações suspeitas da Hashslingrz, uma empresa de segurança de computadores, a pedido de seu amigo Reg Despard, um documentarista e ativista que produz filmes provocadores de atividades militares suspeitas no Oriente Médio.

Em um primeiro momento, Maxine não acredita, mas depois ela vai investigar e descobre uma firma administrada por um vilão, o CEO empresário da internet Gabriel Ice. Um homem frio, intensamente secreto e vingativo, mas ele também pode ser algo mais. Maxine começa a acreditar que a bolha das empresas ponto com pode ter sido fabricada. Isso a atrai para um mundo sombrio de hackers, com links para os serviços de segurança e a máfia russa. Podemos ouvir Sinatra cantando: New York! New York!

O primeiro desses lugares escuros é uma empresa ponto.com sinistra chamada Hashslingrz. Enquanto a maioria das empresas de informática despenca no mercado, essa empresa estranhamente parece estar florescendo e, ao que parece, ela desvia secretamente fundos para uma organização simulada no Oriente Médio.

(...)

As referências à cultura pop são fartas, Há uma canção de Britney Spears citada no primeiro capítulo e um karokê onde Steely Dan é citado. Personagens reais e ao mesmo tempo inventadas, mas Pynchon está conduzindo essa história e você estará junto nesse passeio. Todas essas referências citadas em “O Último Grito” é, no fundo, um romance sobre o 11 de Setembro. O autor levanta um espelho para os nossos piores medos, como, por exemplo, a cumplicidade da CIA nos atentados de 11 de Setembro, a  manipulação do mercado de ações através dos insider trading. Todas essas perguntas são deixadas sem respostas.

(...)

Maxine, cínica como ela é, está preocupada em trazer a corrupção à luz dos vulneráveis dos canalhas. Pychon está do lado dela. Ao navegar na Deep Archer, ela descobre que seus filhos, Ziggy e Otis, criaram sua própria cidade lá: uma versão de Nova York pré 11 de Setembro chamada Ziotisópolis. Uma cidade misericordiosa. Em contraste com as artimanhas que consomem a maior parte do romance, “O Último Grito”, de Thomas Pychon, é um livro escrito por um gênio e que merece um lugar de honra na sua estante.




sábado, 26 de maio de 2018

Os livros mais vendidos segundo o site da VEJA - até 30 de maio de 2018


Seguem abaixo os livros mais vendidos, segundo o site da revista VEJA, nas categorias Ficção, Não ficção e Autoajuda e esoterismo, até o dia 30 de maio de 2018:

Ficção: Textos Cruéis Demais Para Serem Lidos Rapidamente



Não ficção: Jesus. O Homem Mais Amado da História. A Biografia Daquele que Ensinou a Humanidade a Amar e Dividiu a História em Antes e Depois



Autoajuda e esoterismo: A Sutil Arte de Ligar o F*da-se



Para ver a lista completa dos 20 livros mais vendidos nas categorias acima, acesse: os livros mais vendidos.

segunda-feira, 14 de maio de 2018

Por que a leitura é importante para manter o equilíbrio mental?


Equilíbrio emocional dicas

Você sabia que os livros, além de uma fonte inesgotável de entretenimento, também auxiliam no controle da saúde mental?

Diversas pesquisas feitas nos últimos anos atribuem à leitura uma grande gama de benefícios para o indivíduo, mentalmente e também em interações sociais.


Confira abaixo alguns!

Equilíbrio emocional dicas

1. A leitura diminui o risco de desenvolver Alzheimer ou demência. Diversos estudos, em especial um artigo publicado no jornal científico Neurology, realizados sobre a doença apontam que manter o hábito da leitura durante a vida adulta auxilia a manter a mente sã e adia os sintomas.

2. Leia um livro e fique mais calmo. Segundo um levantamento feito pela Universidade de Sussex, do Reino Unido, uma leitura de apenas 6 minutos já reduz em 68% os níveis de estresse no organismo, com uma diminuição da frequência cardíaca e menor tensão nos músculos.

3. Um estudo publicado no periódico Trends in Cognitive Sciences, e realizado na Universidade de Toronto aponta que a leitura de qualquer narrativa induz uma maior compreensão e empatia pelas pessoas.

Segundo o estudo, o processo de leitura, interpretação de sentimentos e simulações de interações presentes nas obras e também na vida são muito parecidas. Indo no sentido mais científico ainda, a compreensão de histórias e contos divide a ativação de áreas da massa encefálica do mesmo modo quando se faz necessário a compreensão e interação com outras pessoas.

4. A Universidade de Toronto também realizou um estudo, publicado na Creativity Research Journal, que aponta que pessoas que mantém um hábito de leitura são mais criativas. A pesquisa sugere que os leitores conseguem enxergar novas possibilidades na rotina, e também possuem mais perspectivas sobre um determinado assunto.


quinta-feira, 10 de maio de 2018

Clássicos da literatura para download gratuito


Livros clássicos e ainda aproveite para treinar seu inglês

Agora você pode reunir os principais clássicos da literatura no seu computador ou tablet e ainda aprimorar seus conhecimentos na língua inglesa.

Selecionamos 41 livros para download e o melhor: gratuitos!

Monte sua própria biblioteca virtual: tem livro para o ano inteiro, basta escolher um deles agora e boa leitura!

1. FÁBULAS DE ESOPO, ESOPO

2. TRÊS ESPÍRITOS DO NATAL, DE CHARLES DICKENS

3. AGNES GREY, DE ANNE BRONTE

4. ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS, DE LEWIS CARROLL

5. THE COMPLETE HANS CHRISTIAN ANDERSEN FAIRY TALES, DE HANS CHRISTIAN ANDERSEN

6. ANNE OF GREEN GABLES, DE LUCY MAUD MONTGOMERY

7. RETRATO DO ARTISTA QUANDO JOVEM, DE JAMES JOYCE

8. A VOLTA AO MUNDO EM 80 DIAS, DE JÚLIO VERNE

9. PARA ALÉM DO BEM E DO MAL, DE FRIEDRICH NIETZSCHEO

10. NA PIOR EM PARIS E LONDRES, DE GEORGE ORWELL

11. DUBLINENSES, DE JAMES JOYCE

12. EMMA, DE JANE AUSTEN

13. EREWHON, DE SAMUEL BUTLER

14. FRANKENSTEIN, DE MARY SHELLEY

15. CONTOS DE GRIMM, DE IRMÃOS GRIMM

16. O CORAÇÃO DAS TREVAS, DE JOSEPH CONRAD

17. RAPTADO, DE ROBERT LOUIS STEVENSON

18. NORTHANGER ABBEY, DE JANE AUSTEN

19. PARAÍSO PERDIDO, DE JOHN MILTON

20. PERSUASÃO, DE JANE AUSTEN

21. POLLYANNA, DE ELEANOR H. PORTER

22. ROBINSON CRUSOE, DE DANIEL DEFOE

23. TARZAN, O FILHO DAS SELVAS, DE EDGAR RICE BURROUGHS

24. AS AVENTURAS DE TOM SAWYER, DE MARK TWAIN

25. O GRANDE GATSBY, DE F. SCOTT FITZGERALD

Estes são apenas alguns exemplos. Para ver a lista completa, bem como baixar os livros gratuitamente, acesse o link:

http://culturaalternativa.com.br/classicos-da-literatura-para-download-gratuito/


Fonte: Cultura Alternativa

terça-feira, 8 de maio de 2018

Filha de Steve Jobs vai lançar um livro de memórias sobre relação com o pai


Steve Jobs vem sendo reconhecido pelo seu trabalho com a Apple mesmo após a sua morte, em 2011.

Agora, quem presta homenagem ao criador da marca mais querida pelos millennials é sua filha, Lisa Brennan-Jobs, que serviu de inspiração para batizar um dos primeiros computadores pessoais da companhia.

Lisa anunciou que vai lançar um livro de memórias no próximo dia 4 de setembro, não exatamente sobre a história de seu pai, mas sim sobre a participação que o executivo teve em sua vida ao longo dos anos que esteve vivo.

A editora da publicação, Grove Press, descreve a obra como "uma história sobre crescer em mundos diferentes e os desafios de ter um pai famoso e imprevisível".

Esta será a primeira vez que Lisa fala tão abertamente sobre o relacionamento com Jobs. Uma das últimas vezes que isso aconteceu foi para a produção do filme biográfico Steve Jobs.

Lisa e sua relação com Jobs

Aos 39 anos, Lisa é a filha mais velha de Steve Jobs com sua antiga namorada Chrisann Brennan, e sua relação com o pai nunca foi tranquila.

No início, o cofundador da Apple negou a paternidade de Lisa mesmo após a comprovação de que ela era realmente sua filha biológica. Ele até se recusava a pagar pensão, valor que aumentou quando a Apple surgiu na mídia como uma empresa promissora.

Questionado sobre o nome que deu ao computador LISA, Jobs, na época, afirmava que aquilo, na verdade, era uma sigla para "Local Integrated System Architecture". Porém, alguns anos depois, ele assumiu que era uma homenagem à filha.

Fonte: Canaltech

sábado, 5 de maio de 2018

Autores opinam sobre os novos rumos da ficção científica atual


Muitos cenários e situações fantásticas que estamparam os roteiros da ficção científica do passado acabaram se tornando realidade. Podemos citar coisas como smartphones, headsets de realidade virtual, robôs e até mesmo a internet como exemplos de tecnologias que, quando vislumbradas por autores de sci-fi, ainda não existiam, mas, hoje, fazem parte do nosso cotidiano.

E com a tecnologia avançando a passos largos, fica a questão: o que será da ficção científica daqui para frente, em uma era em que praticamente qualquer invenção surreal pode acabar se tornando realidade? Afinal, roteiros envolvendo tecnologias ainda não existentes como o teletransporte ou a visita a outras galáxias, por exemplo, já estão saturados, e o imaginário popular está carente de "viagens" novas.

Então, o pessoal da revista Nature conversou com seis autores proeminentes da ficção científica atual para descobrir o que o gênero ainda pode oferecer além das distopias já manjadas.

Lauren Beukes aposta no afrofuturismo
A autora sul-africana gosta de mesclar temas relevantes da atualidade com ficção científica. Em As Iluminadas, um assassino em série viaja no tempo, ganhando o troféu da "Escolha do Leitor" no Exclusive Books, prestigiada premiação de literatura na África do Sul. Beukes também lançou um thriller chamado Zoo City que venceu o prêmio Arthur C. Clarke como melhor romance de 2011, além de Moxyland, romance cyberpunk que acontece em uma versão futura da Cidade do Cabo.

E ela acredita que a ficção científica segue relevante em uma época em que vivemos mudanças climáticas e crises políticas, além de embates sociais que impedem uma verdadeira globalização. Em sua opinião, o sci-fi pode nos ajudar a vislumbrar cenários futuristas com base nos acontecimentos atuais, ajudando a humanidade a não cometer erros que causem um futuro ainda mais caótico.
"A ficção é como nós lidamos com nós mesmos. Ao imaginar o inimaginável, é possível tornar a realidade mais suportável", acredita. E Lauren também acredita que, em um mundo em que as pessoas brancas sejam a minoria racial na África do Sul, mas detêm grandes poderes, fazendo com que a população negra ficasse historicamente marginalizada por lá, abordar o afrofuturismo seja um caminho interessante para o sci-fi.

Em suas palavras, "o afrofuturismo é um movimento artístico, estético e filosófico que combina ficção científica, magia, crenças tradicionais, história negra e cultura". Já existem obras recentes que abordam questões sociais e raciais de maneira criativa, no universo da ficção científica, e Beukes entende que "o aspecto mais emocionante do afrofuturismo é, talvez, a forma como se atreve a imaginar um futuro para o que foi historicamente e descaradamente negligenciado, não sendo necessariamente sobre cidades alternativas imaginadas, mas sobre os verdadeiros caminhos em que a transição e a descolonização estão acontecendo agora".

Kim Stanley Robinson, viagem no tempo e telepatia
O norte-americano ficou especialmente conhecido pela Trilogia de Marte, ganhando diversos prêmios renomados na literatura. Ele acredita que "agora, estamos vivendo uma novela de ficção científica em que todos escrevemos juntos".

Isso porque, em sua opinião, o presente parece perigoso e volátil, e o futuro é radicalmente incerto. Então, para lidar com essa amplitude de futuros possíveis, o autor costuma implantar um conjunto de ideias que organizam um determinado cenário.

Ele aposta, neste momento, em temas como viagens no tempo e telepatia. "A ficção nos leva a outras épocas e lugares, e nos leva dentro das cabeças das pessoas, onde ouvimos seus pensamentos e sentimos seus sentimentos", disse. E a ficção científica pode descrever qualquer momento, desde o amanhã até bilhões de anos no futuro.

Ken Liu não acredita que a ficção científica preveja o futuro
Nascido na China e naturalizado estadunidense, Ken Liu, além de lançar obras próprias, se dedica a traduzir livros de ficção científica chineses para o inglês. E ele não acredita que o sci-fi exatamente preveja o futuro, mas, sim, dá um vislumbre do que pode estar por vir. "A ficção científica, mesmo o tipo que leva a sério a idéia de 'futurologia', não tem sido muito boa em prever a realidade. Olhe ao redor: onde estão as colônias na Lua ou os portais para vagar pela Matrix?", questiona.

Ele entende que nossas tentativas de imaginar o futuro sejam frustradas pelo fato de que a evolução da tecnologia acontece, muitas vezes, além das previsões iniciais. "Ninguém que viu a primeira página HTML poderia ter previsto o Tumblr ou o Twitter, ou imaginou que a aplicação de filtros para selfies se tornaria um negócio de bilhões de dólares", argumenta.

Contudo, ainda que as histórias cyberpunk não tenham previsto com exatidão muito do que já existe em nosso mundo, como redes móveis avançadas ou a realidade aumentada, por exemplo, o gênero "nos deu base para refletir sobre a presença virtual como parte essencial das relações humanas, mediadas pela tecnologia".

Hannu Rajaniemi e seus mundos estranhos
Finlandês, este autor de ficção científica e fantasia acredita que explorar mundos estranhos seja uma boa pedida para o sci-fi atual, mais ou menos como tem sido feito na série Stranger Things, da Netflix. "O leitor deve se engajar na criação de sentido afetivo, com a garantia implícita do autor de que existe uma ordem subjacente detectável", acredita. "Quando isso acontece, há muitas vezes um momento transcendente e gentil que abre visitas ainda maiores além das páginas, na imaginação do leitor".

Então, Rajaniemi entende que o gênero, agora, deve tornar seus mundos mais estranhos, instigando a imaginação do leitor. "Quando voltamos da jornada, o mundo pode não ser menos estranho ou chocante, mas pode ser mais maravilhoso", opina.

Alastair Reynolds aposta na turbulência de ideias
Especializado em histórias obscuras e space operas, o britânico aposta na turbulência de ideias na ficção científica atual, fazendo o leitor parar para pensar. "A ficção científica é menos interessante quando o caminho para o futuro não é controverso", em sua opinião, e o autor concorda que "em um presente de ciência e ficção, pensar em futuros pode ser difícil".

No entanto, períodos de grandes transformações como o que vivemos hoje em dia dão origem a novas eras na ficção, o que inclui a científica. "Temos grupos de reflexão e institutos de futurologia", revela, justamente para que os acontecimentos atuais possam moldar as novas criações do gênero. "A ficção científica não está no âmbito da tranquilidade. Em vez disso, é dedicada à turbulência, transformação e imprevisibilidade. E nesses tempos turbulentos, precisamos dela mais do que nunca", conclui.

Aliette de Bodard e o impacto no cotidiano
A franco-americana ficou conhecida por seu tom especulativo em suas obras, e acredita no poder da ficção científica para causar impactos em nosso cotidiano. Ela entende que estamos vivendo uma era de grandes mudanças socioeconômicas, "para o bem ou para o mal", em suas palavras.

"Hoje, a ciência é penetrante, desde novas vacinas até smartphones onipresentes que atuam como assistentes pessoais e terminais de pagamento. E a ficção científica, agora, como no passado, constitui as histórias da ciência", acredita. Essas histórias, por sua vez, acabam por moldar as regras da realidade, sendo "nossas bases para dar sentido ao mundo e fazer com que ele mude".

Aliette entende, ainda, que, para quem escreve ficção científica, "desafios assustadores também podem ser estimulantes". Ela crê que o sci-fi possa nos dizer caminhos possíveis que uma nova tecnologia ou estudo científico podem nos levar, podendo dizer que tipo de sociedade estamos moldando, bem como "as grandes desigualdades entre aqueles que se beneficiam dos avanços científicos e da riqueza, e aqueles que ficaram para trás".

Finalizando seu raciocínio, a autora entende que "à medida em que o ritmo da descoberta científica se acelera e seu impacto nos aprofunda, a ficção científica está cada vez mais enredada com a ficção convencional". Afinal, a ciência atualmente pode beneficiar a sociedade de forma seletiva ou ser usada de forma inadequada, e a ficção fornece meios para que o leitor vislumbre cenários possíveis, bem como seus impactos em nosso cotidiano. "Precisamos lembrar o que a ciência pode fazer, dos horrores às maravilhas, e mostrar isso nas histórias que criamos", conclui.

Fonte: Canaltech